Com tais extremos e fervores a tratava, que, meio a sorrir meio
séria, meio triste, ela me disse, uma vez:
-- Olha que eu não sou nenhuma santa! Tenho os meus defeitos...
até dizem que muitos.
-- Bem sei -- respondi-lhe eu, encantado. -- Nem eu podia amar
uma santa, ao menos como te amo a ti! Quero uma mulher... uma
mulherzinha como tu...
Estávamos em vésperas do grande dia; e já, então, muitas vezes os
meus beijos afogavam e completavam as minhas palavras.
José Régio (in «O Vestido Cor de Fogo»)
quarta-feira, janeiro 10, 2007
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1 comentário:
Prosa de José Régio... E sobre o amor e a sua capacidade e desejo de ser eternamente completo pelas lacunas de cada um, pelos espaços vagos deixados em perfeição para caberem beijos.
Um abraço, um óptimo fim-de-semana.
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