A ninguém senão ao mar nas suas longas marés
entregues essa árvore verde e azul que mora
no silêncio do coração e sobreviveu às tempestades.
É maior o silêncio do que o deserto, e mais vazio
do que o nome que subiu aos lábios. A ninguém
senão ao mar, por entre ilhas e continentes submersos
e antigos, devolvas as cartas de marear ou esse limite
dos horizontes antes da noite, porque nada mais
do que um silêncio há-de ficar, para chorar, nada mais
do que um acordar, e adormecer, nada mais do que essa
árvore que habitava o peito, como só o mar pode habitar.
Francisco José Viegas
sábado, abril 14, 2007
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