terça-feira, setembro 12, 2006

Tempo Circular

Andei pela memória à procura de saída,
e encontrei becos, muros, abismos; fui
ao futuro, sabendo que aí é a porta de ontem;
cruzei-me com velhos, almas penadas,
sombras; e voltei ao presente,
com as suas mesas de agora. Limpei-as
de toalhas e copos, risquei a madeira
onde uma frase se inscrevia, deixei
tudo sem nada e as palavras
em branco.

Então, recomeço tudo, entre passado
e futuro, no campo do presente.

Nuno Júdice

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