quarta-feira, junho 07, 2006
segunda-feira, junho 05, 2006
Dúvida
(Foto: Eberhart)
Se é sem dúvida Amor esta explosão
de tantas sensações contraditórias;
a sórdida mistura das memórias,
tão longe da verdade e da invenção;
o espelho deformante; a profusão
de frases insensatas, incensórias;
a cúmplice partilha nas histórias
do que os outros dirão ou não dirão;
se é sem dúvida Amor a cobardia
de buscar nos lençóis a mais sombria
razão de encaminhamento e desprezo;
não há dúvida, Amor, que te não fujo
e que por ti, tão cego, surdo e sujo,
tenho vivido eternamente preso!
David Mourão-Ferreira
Se é sem dúvida Amor esta explosão
de tantas sensações contraditórias;
a sórdida mistura das memórias,
tão longe da verdade e da invenção;
o espelho deformante; a profusão
de frases insensatas, incensórias;
a cúmplice partilha nas histórias
do que os outros dirão ou não dirão;
se é sem dúvida Amor a cobardia
de buscar nos lençóis a mais sombria
razão de encaminhamento e desprezo;
não há dúvida, Amor, que te não fujo
e que por ti, tão cego, surdo e sujo,
tenho vivido eternamente preso!
David Mourão-Ferreira
domingo, junho 04, 2006
O choro do vento e das nuvens
Sei de uma nuvem, lá no céu
Sei de outra nuvem, que chorou
E ao chorar eu chorei devagar
E jurei nunca mais me lembrar
Mas, sinto-me só de não mais sentir
Que só sentir não é demais
Sei que um olhar vai nascer
Sei que ao olhar vou morrer
E ao morrer voltarei a sonhar
E há-de ser um sonho de encantar
Mas, sinto-me só de não mais sentir
Que só sentir não é demais
Egoismo da minha paixão
Masoquismo no meu coração
Exorcismo da minha ilusão
Sabe a gelo o teu regresso aqui
Sinto em mim o vento a sussurrar
E hei-de ouvir o que a nuvem chorar
Mas sinto-me só de não mais sentir
Que só sentir não é demais
Egoismo da minha paixão
Masoquismo no meu coração
Exorcismo da minha ilusão
Sabe a gelo o teu regresso aqui
Anabela Duarte e Nuno Rebelo (1989)
Sei de outra nuvem, que chorou
E ao chorar eu chorei devagar
E jurei nunca mais me lembrar
Mas, sinto-me só de não mais sentir
Que só sentir não é demais
Sei que um olhar vai nascer
Sei que ao olhar vou morrer
E ao morrer voltarei a sonhar
E há-de ser um sonho de encantar
Mas, sinto-me só de não mais sentir
Que só sentir não é demais
Egoismo da minha paixão
Masoquismo no meu coração
Exorcismo da minha ilusão
Sabe a gelo o teu regresso aqui
Sinto em mim o vento a sussurrar
E hei-de ouvir o que a nuvem chorar
Mas sinto-me só de não mais sentir
Que só sentir não é demais
Egoismo da minha paixão
Masoquismo no meu coração
Exorcismo da minha ilusão
Sabe a gelo o teu regresso aqui
Anabela Duarte e Nuno Rebelo (1989)
quinta-feira, junho 01, 2006
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