damos às mesmas coisas nomes diferentes
e evitamos lugares comuns como aquele que diz
que «a linguagem é uma fonte de mal entendidos»
para esquecer que nos perdemos dos outros
bastaria no entanto que conhecêssemos
as cidades que há dentro dos nomes
e que não esperássemos qualquer outra coisa
que não fosse percorrê-las juntos
bastaria que iluminássemos a distância
e que deixássemos de chamar escuro à infância
ou infância ao escuro, porque há coisas
que não sabemos nem os nomes que lhes dar
José Rui Teixeira
domingo, janeiro 21, 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
- Por favor...Prende-me a ti! - acabou finalmente por dizer.
- E o que é que é preciso fazer? - perguntou o principezinho.
- É preciso ter muita paciência. Primeiro, sentas-te um bocadinho afastado de mim, assim, em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não me dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal entendidos. Mas todos os dias
te podes sentar um bocadinho mais perto...
O principezinho voltou no dia seguinte.
- Era melhor teres vindo à mesma hora - disse a raposa. Se vieres, por exemplo, às quatro horas, às três, já eu começo a ser feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sentirei. Às quatro em ponto já hei-de estar toda agitada e inquieta: é o preço da felicidade! Mas se chegares a
uma hora qualquer, eu nunca saberei a que horas é que hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito...São precisos rituais.
O Principezinho - Saint-Exupéry
Lembrei-me, a propósito de, 'a linguagem é uma fonte de mal entendidos'. E então no meio dos labirintos....
Enviar um comentário