Hand in glove
the sun shines out of our behinds
no, it's not like any other love
this one is different--because it's us
Hand in glove
we can go wherever we please
and everything depends upon
how near you stand to me
And if the people stare
then the people stare
I really don't know
and I really don't care
(...)
If they dare touch a hair on your head
I'll fight to the last breath
The good life is out there, somewhere
so stay im my arm, you little charmer
But I know my luck to well
and I'ill probably never see you again.
Morissey
sábado, agosto 26, 2006
Conversa
Falo contigo e a noite
que nos une como ar
de areia negra
torna-se espessa e choras a pobreza
da solidão Torno a falar mais
tarde tu esgotaste
os soluços E a nossa
conversa é este pânico
do sofrimento que mancha os rostos
invisíveis De
madrugada em sonhos gritarás
na escuridão estreita que
separa
as margens que nós somos
Gastão Cruz
que nos une como ar
de areia negra
torna-se espessa e choras a pobreza
da solidão Torno a falar mais
tarde tu esgotaste
os soluços E a nossa
conversa é este pânico
do sofrimento que mancha os rostos
invisíveis De
madrugada em sonhos gritarás
na escuridão estreita que
separa
as margens que nós somos
Gastão Cruz
sexta-feira, agosto 25, 2006
segunda-feira, agosto 21, 2006
Sedução
(...)
«Você acha que eu sou um casanova?»
«Não parece», disse ela. «Quer que eu beije você?»
«Não sei.»
«Por que você segurou minha mão?», ela perguntou.
«Se você fosse um gato eu teria feito a mesma coisa.»
«Gato tem mão?»
«Teria posto o gato no colo.»
«Então é isto que eu sou para você? Um gato?»
«Um mistério.»
«Agora está virando sedutor profissional, chamando a mulher de mistério.»
«A mulher e o gato.»
«Eu quero beijar você», ela disse.
Beijou-me.
(...)
Rubem Fonseca
sábado, agosto 19, 2006
Vertigem
Na circunstância da noite procuro o que resta
do ocaso: fragmentos de vermelho, o desenho
dos lábios no papel da memória, dedos
dobrando o fim do dia. Num sentido tão
preciso como a insistência do som, ouço
ainda a tua voz. Espalho-a nesta mesa
vazia, coberta pela toalha da obscuridade;
e recolho, por entre instantes de silêncio,
a sua entoação mais doce. Assim, chego
ao significado das coisas que estão para
além das palavras, como se não houvesse
aqui mais do que a vida, estremecendo
com a sua vibração de acasos, de encontros
ou de uma decisão inexplicável contra a
inércia dos rumos. Não preciso, então, de
te dizer mais do que isto. O diálogo
chega ao fim, como esta noite, e a mesa
volta a ficar vazia, no centro do coração.
Nuno Júdice
do ocaso: fragmentos de vermelho, o desenho
dos lábios no papel da memória, dedos
dobrando o fim do dia. Num sentido tão
preciso como a insistência do som, ouço
ainda a tua voz. Espalho-a nesta mesa
vazia, coberta pela toalha da obscuridade;
e recolho, por entre instantes de silêncio,
a sua entoação mais doce. Assim, chego
ao significado das coisas que estão para
além das palavras, como se não houvesse
aqui mais do que a vida, estremecendo
com a sua vibração de acasos, de encontros
ou de uma decisão inexplicável contra a
inércia dos rumos. Não preciso, então, de
te dizer mais do que isto. O diálogo
chega ao fim, como esta noite, e a mesa
volta a ficar vazia, no centro do coração.
Nuno Júdice
quarta-feira, agosto 16, 2006
domingo, agosto 13, 2006
Canção de Embriaguez
Ó Homem! Atenção!
Que diz a funda meia-noite?
«Estava a dormir, a dormir -,
De um sonho fundo acordei: -
O mundo é fundo,
E mais fundo do que o dia pensava.
Funda é a sua dor -,
A alegria - mais funda ainda que o pesar:
A dor diz: Passa e morre!
Toda a alegria, porém, quer eternidade -,
- quer funda, funda eternidade!»
Friedrich N.
Que diz a funda meia-noite?
«Estava a dormir, a dormir -,
De um sonho fundo acordei: -
O mundo é fundo,
E mais fundo do que o dia pensava.
Funda é a sua dor -,
A alegria - mais funda ainda que o pesar:
A dor diz: Passa e morre!
Toda a alegria, porém, quer eternidade -,
- quer funda, funda eternidade!»
Friedrich N.
quinta-feira, agosto 10, 2006
You know
You know that I know you know
But the doubt inside still grows
Gettin' stronger day by day
Is this the price we got to pay
I remember what momma said
Sometimes you think
You'd be better off dead than alive
All of the pleasures all of the pain
The moves you make
The roles you fake
The hearts you break
The risks you take are yours
Mark Lewis Tompkins (2005)
sábado, agosto 05, 2006
Amigos
Eh, pá, deixa-me abrir contigo
desabafar contigo
falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
descontrair-me um pouco
eu sei que tu me compreendes bem
Jorge Palma
desabafar contigo
falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
descontrair-me um pouco
eu sei que tu me compreendes bem
Jorge Palma
sexta-feira, agosto 04, 2006
quinta-feira, agosto 03, 2006
Humanidade
(Óleo de Paul Cezanne)
Os séculos desfilavam num turbilhão, e, não obstante, porque os olhos do delírio são outros, eu via tudo o que se passava diante de mim - flagelos e delícias -, desde essa coisa que se chama glória até essa outra que se chama miséria, e via o amor multiplicando a miséria, e via a miséria, agravando a debilidade.
Ai vinham a cobiça que devora, a cólera que inflama, a inveja que baba, e a enxada e a pena, úmidas de suor, e a ambição, a fome, a vaidade, a melancolia, a riqueza, o amor, e todos agitavam o homem, como um chocalho, até destruí-lo, como um farrapo.
Eram as formas várias de um mal que ora mordia a víscera, ora mordia o pensamento, e passeava eternamente as suas vestes de arlequim, em derredor da espécie humana.
A dor cedia alguma vez, mas cedia à indiferença, que era um sono sem sonhos, ou ao prazer, que era uma dor bastarda.
Então o homem, flagelado e rebelde, corria diante da fatalidade das coisas, atrás de uma figura nebulosa e esquiva, feita de retalhos, um retalho de impalpável, outro de improvável, outro de invisível, cosidos todos a ponto precário, com a agulha da imaginação; e essa figura - nada menos que a quimera da felicidade - ou lhe fugia perpetuamente, ou deixava-se apanhar pela fralda, e o homem a cingia ao peito, e então ela ria, como um escárnio, e sumia-se, como uma ilusão.
Machado de Assis
Máxima
A onça mata o novilho porque o raciocínio da onça é que ela deve viver, e se o novilho é tenro tanto melhor: eis o estatuto universal.
Machado de Assis
Machado de Assis
quarta-feira, agosto 02, 2006
Fuga para a frente
...apaga-se o número do telemóvel...deleta-se o endereço electrónico...rasgam-se as cartas...
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