Oh! se te amei, e quanto!
Mas não foi tanto assim.
Até os deuses claudicam
em nugas de aritmética.
Meço o passado com régua
de exagerar as distâncias.
Tudo tão triste, e o mais triste
é não ter tristeza alguma.
É não venerar os códigos
de acasalar e sofrer.
É viver tempo de sobra
sem que me sobre miragem.
Agora vou-me. Ou me vão?
Ou é vão ir ou não ir?
Oh! se te amei, e quanto,
quer dizer, nem tanto assim.
Carlos Drummond de Andrade
terça-feira, agosto 14, 2007
segunda-feira, agosto 13, 2007
domingo, agosto 12, 2007
sábado, junho 02, 2007
O olhar diante de outro olhar o que vê?
O olhar diante de outro olhar o que vê?
Antes era a distância entre ambos, esse relance súbito
que se torna interior, o seu cume tranquilo
dentro de cada imagem. Há um novo segredo
que vinha ter connosco e ali ocupa o espaço
que não é de ninguém. Assim foi o príncipio
tão súbito dessa perda para que seja a leve
intimidade de em tudo haver o mesmo encontro.
Fernando Guimarães
Antes era a distância entre ambos, esse relance súbito
que se torna interior, o seu cume tranquilo
dentro de cada imagem. Há um novo segredo
que vinha ter connosco e ali ocupa o espaço
que não é de ninguém. Assim foi o príncipio
tão súbito dessa perda para que seja a leve
intimidade de em tudo haver o mesmo encontro.
Fernando Guimarães
quinta-feira, maio 24, 2007
sexta-feira, maio 18, 2007
Segredo
Os gestos que esconderam qualquer rosto.
Mais nada. O que sentes lembra agora
uma enseada ao longe. Assim o modo
de surpreender mais cedo o que era a mesma
imagem que sujeita a própria ausência
ao que por ser assim contém a nova
vontade de encontrar uma mais íntima
direcção insuspeita que se alonga
noutro sentido até ficar oculta
só por instantes no que se aguardava
há muito: este segredo onde procuras
um rio ou uma ponte, os gestos leves
sobre o rosto voltado para nada
daquilo que foi nosso e assim se perde.
Fernando Guimarães
quinta-feira, maio 10, 2007
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